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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Futebol dos Filósofos

Depois de tratar de Foucault, farei como os telejornais fazem quase sempre depois de tratar de algum assunto sério: "- E agora, futebol!" (não raro com um sorriso, mesmo depois de darem uma notícia sobre alguma catástrofe mundial).
A idéia do post foi sugestão de um amigo e surgiu da especulação sobre que times cada personagem do seriado torceria. Na vida real eu não sei o time verdadeiro de todos - se alguém souber, avise. O Chaves (Roberto Gomes Bolaños), já disse em entrevista ser torcedor do Necaxa (embora sempre tivesse achado que fosse torcedor do América), Seu Madruga (Ramon Valdez) idem e Kiko (Carlos Vilagrán) provavelmente torce para o Chivas (se repararem no episódio do futebol americano no muro aparece a inscrição: "Chivas Chivas rá rá rá"). Mas vamos direto aos supositórios, digo, às suposições (e lembrando sempre: nada de exaltações!):
Chaves – Corintiano, não há dúvida, maloqueiro e sofredor: a figura que todo corintiano gosta de ostentar, mesmo que o Corinthians tenha no seu quadro de torcedores "publicitários pop stars".
Kiko - Esse também não deixa dúvidas de que é sãopaulino, mimado igual aos torcedores do tricolor (culpa do time que ganha quase tudo, haha) e pela idéia muito difundida por aí de que o time do Morumbi é um clube elitista - embora seja inevitável um clube ser elitista, o conceito de clube é exatamente o de um espaço reservado apenas para os que são do clube - na verdade acredito que todos os sãopaulinos se dizem "de elite" justamente para ser o oposto dos corintianos que valorizam o "maloqueiro sofredor". No seriado o Kiko faz o mesmo, tentando a todo custo ser o oposto do Chaves.
Seu Madruga - Sempre pensei nele como corintiano, mas meu amigo também corintiano o definiu como palmeirense pela figura de velho, perdedor (não fui eu que falei!) mas que "mesmo sem um centavo no bolso ainda mantém um sorriso franco e espontâneo no rosto". Os palmeirenses em geral, apesar de estarem há um tempo sem títulos, ainda são dos que mais vão ao estádio apoiar ao seu time.
Professor Girafales - Santista, não apenas pelo seu grito "goooooool de Pelé...!", mas pela sua figura clássica que deve ter saudades do futebol de antigamente, do futebol arte e tals.
Chiquinha - Corintiana pra ser o oposto de seu pai.
Senhor Barriga – Corintiano, não só porque já se disse corintiano no próprio seriado, mas para contrariar a tese de que todo corintiano é "maloqueiro sofredor".
Jaiminho – E por último o Jaiminho! Ia falar que ele torcia para a portuguesa, mas não tenho nenhuma explicação, haha... Com certeza ele deve torcer para o "tangamandapiense".
Ahhhh! E o que isso tem a ver com filosofia? Bem... Fiquem com esse vídeo:
Revisão: Florinda Meza

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Foucault e Chaves (1)

"- E depois dizem que eu é que estou louco!" (Chaves, a lucidez em pessoa)

Depois de um longo hiato de textos por aqui, nada melhor do que voltar com uma associação, digamos, louca... Sim, escreverei sobre Foucault e Chaves (!), não sei quem ficará com mais raiva "foucaultianos" ou "antifoucaultianos". Porém, como sempre, vale a máxima Girafálica (no-ssa!): "-Nada de exaltações."
Há duas ocasiões (episódios) em que podemos associar Chaves e Foucault. Uma é quando se trata da loucura (aliás, há mais de um episódio com essa temática) e outro é o famoso episódio que fala da questão do crime (Ladrão, Ladrãozinho!) - esse último caso provavelmente despertará a ira dos "antifoucaultianos". O original (escritos do próprio Foucault) já causa enorme polêmica, que dirá uma associação com nosso querido seriado mexicano. Quanto aos "foucaultianos", muito provavelmente acharão que a associação com a loucura é forçada e não chega nem perto do gênio Foucault. O caso é que não tenho tamanha pretensão e, mesmo com a inacreditável estatística de acessos, esse blog continua despretensioso até segunda ordem (!). Dito isso, começarei desagradando aos "Foucaultianos" (embora será mais interessante desagradar aos "anti").
Um dos episódios que trata do tema loucura é o não tão exibido Chaves louco. Nesse episódio, como podem imaginar, chaves é tido como louco - e injustamente. Não, não são com as portas que ele reclama. O que o faz ficar louco da vida, de verdade, são as falas coletivas de que ele está louco. Nisso, tentam curá-lo desse terrível mal que é bater um papo com as portas (the doors) jogando água fria nele. Um dos poucos que não quer fazer isso é o professor que cita Dom Quichute, digo Quixote. Mas, ironia das ironias, o que se nega a fazer isso é o que acaba molhando o pobre Chavinho, involuntariamente, quando este emenda: "- E depois dizem que eu é que estou louco!". É uma coisa a se pensar. Que moral tem essa nossa louca sociedade para falar em loucura e para tentar molhar os loucos?
Pois sim, depois dessa história, temos o Foucault com seu "História da Loucura". Nesse seu livro, é feita uma genealogia da loucura que responde a essa pergunta no sentido de mostrar como, ao longo da história, a sociedade criou uma "moral" e uma visão dos loucos, segregando-os e aceitando essa prática que já acontecia com os leprosos na idade média (métodos obsoletos, selvagens, da idade média!).
Em tempo, existe o episódio da Cruz Vermelha em que Dona Neves se faz de louca para não pagar o aluguel e, astutamente, tenta enganar ao Sr. Barriga. No entanto, não há tanta relação com Foucault pois, nesse episódio, os oprimidos (os tidos como loucos) saem ganhando!

Revisão: Florinda Meza *


Links:
http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/24.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault
http://www.klepsidra.net/klepsidra12/foucault.html
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* agradecimentos especiais a Florinda Meza, um efusivo abraço a ela que em meio a tantos trabalhos (preparos de cafés e afins), ainda teve tempo de revisar meu texto. Agora vai! :D