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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um ano mais (2)

Agradeço a todos que acessam , comentam, acompanham e que acompanhem um ano mais (mesmo sendo uma abstração o comemorar de um passar de ano ao outro baseado em calendários ainda mais abstratos, peço que façam uma abstração e aceitem os agradecimentos e pedidos para acompanhar o blog um ano mais)

domingo, 28 de dezembro de 2014

Feio forte e formal X moça bonita , moça formosa... (um outro olhar sobre a estética em Chaves)




"Um dia, a beleza e a fealdade encontraram-se numa praia e disseram uma a outra: 'Banhe-monos no mar'. Então, tiraram as roupas e puseram-se a nadar nas águas. E, após algum tempo,a fealdade voltou a praia e vestiu-se com os trajes da beleza e foi embora. "

(Khalil Gibran)

"E como eu adoro os homens feios"
(Céu, paraíso, digo, Glória a nova vizinha)

Há quem diga que a feiura é superior a beleza por ser eterna enquanto a beleza é efêmera , passageira. Há quem associe a feiura ao erotismo. E há quem diga que o homem deve ser feio, forte e formal. Seria da condição do homem ser feio? Imperfeito? Estar sempre um passo atrás da beleza?
A oposição entre beleza e feiura é mais uma que pode surgir na filosofia, como o Apolíneo e Dionisíaco. Ao longo da história a moça bonita, moça formosa foi valorizada não só por "madrugas" como também pelas sociedades ao longo da história. Ao longo do tempo a beleza sofreu e sofre transformações e é acompanhada de perto pelo feio que também sempre existiu. 
A bela história de Gibran mostra uma feiura ambiciosa que ambiciona ser bela e se esconde atrás de máscaras, mesmo que disfarçada de bela trata-se de uma máscara, um traje. A beleza simplesmente é por si só bela a ponto de não temer perder seus trajes.
Na frase do céu, digo , do paraíso, digo digo da senhorita Glória há um encantamento e fascinação com o feio. Adorar o feio é subverter a ordem vigente de repulsa e repugnância para olhar com outros olhos o que é possivelmente diferente. Há na sensação do feio algo mobilizador que não há no belo, a ponto de se dizer que o belo entedia.
A estética e o próprio Umberto Eco que pesquisou e escreveu sobre a feiura e beleza , se preocuparam com a questão do feio e do belo, há outras questões também interessantissississimas como se perguntar entre a utilidade do feio ou mesmo sobre o conceito de aparência. 
Já no nobre seriado vemos que ser feio é uma entre outras características que nos tornam homens, com certeza não foi neste sentido mas quem é que sabe? Ser feio forte e formal mostra que a feiura acompanha também os fortes e os "formais" , ao mesmo tempo o feio ainda tem tempo para se admirar uma moça bonita, moça formosa, moça bem feita. 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

No vacacciones

Neste ano. ao contrario do ano passado, nao pretendo tirar ferias do blog. Os textos continuarao sendo escritos e postados todas as semanas semanalmente aos domingos (semana passada falhou). O blog alcancou quase 50 mil acessos, diante disso pretendo ser mais constante nas postagens, afinal de grao em grao a galinha enche o papo, o importante eh ser constante.


ps- finalmente Florinda Mesa terah tempo de revisar o livro, enquanto isso seguem as postagens.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

As Fofalhas da gentoca e Diógenes Laercio



As fofalhas, digo fofocas desde sempre foram e serão praticadas no mundo. Há quem sabiamente diga que elas são mais eficientes que a própria policia para controlar comportamentos mas a questão aqui é ver outro lado da fofoca.
A ausência de Diógenes de Laércio faria com que o que se perdeu em filosofia, em questão de escritos e da própria existência de figuras filosóficas na antiga Grécia , fosse ainda pior. Diógenes que é tido como um fofoqueiro na nossa época atual, pois toda sua obra diz respeito a anedotas da vida dos filósofos, fez que através de suas anedotas se compreenda muito da filosofia antiga. Nesse ponto há outra questão interessante sobre se a vida do filósofo pode ser dissociada da sua filosofia, ou seja, talvez a própria vida seja um objeto para a filosofia. Isso fica bastante claro com o xará Cínico de Diógenes que fazia filosofia na própria ação, inclusive em debates, como quando correu rápido em volta de Zenão de Eléia para provar que o movimento existia. Chaves, o nosso Diógenes buscou salvar os chineses parando de respirar. A questão é que por trás de fofalhas da gentoca pode se esconder um pedaço de filosofia e por trás de anedotas talvez se aprenda filosofia.
Como já disse, de certa forma muito do que sabemos sobre os cínicos é fruto das anedotas de Diogenes, fica o agradecimento nessa curta postagem.  

domingo, 7 de dezembro de 2014

Cente e o elogio da loucura



Dessa vez retomo o tema loucura mas sob a perspectiva da própria filosofia e não da crítica Foucaultiana. O que o fazer filosófico tem de..."louco"? A coisa vai um pouco além da comum nomenclatura de louco a qualquer pessoa que se aventure a fazer um curso de filosofia, seja pela fama de sempre dos filósofos e da filosofia ou até de um suposto desvio do normal "ganhar a vida" que pressupõe uma vida buscando o capital e não buscando conceitua-lo como fez o louquississississímo Marx por exemplo.
O "louco" da filosofia que queremos passar aqui é sobre pensar outras realidades, criar conceitos novos, pensar o que nos é exterior de vários modos  etc. Deste modo "Cente" (vulgo amigo imaginário de Chaves), teria certo grau filosófico? Não sei se Freud realmente disse isso mas é atribuído a ele dizer que os filósofos tem um quê de esquizofrenia. Que são loucos, sim e daí? Que andam por aí e caem por não verem um buraco bem à sua frente, sim mas e daí? Bem , daí que antes de mais nada dizem que Freud leu Ecce homo de Nietzsche de cabo a rabo, daí que como muitissississississíssimos sabem Nietzsche morreu louco, é provável que de sífilis mas eles e muitos outros já pensaram sobre a alteração de consciência poder contribuir para o pensamento. Chegar a novos limites do pensamento poderia passar por isto também, por que não? Uma maneira de superação do pensamento poderia advir de uma alteração de consciência?
"Cente" é uma criação de Chaves, segundo o próprio é um garoto muito parecido com ele que ao que parece, no principal episódio que se fala dele (O violão do Seu Madruga), está livre para fazer o que Chaves não pode, como comer alimentos do chão. 
Erasmo de Rotterdam escreveu em 1509 o livro Elogio da loucura que vale muito a pena ser lido (!), basicamente quem faz o elogio é a própria loucura que discursa dizendo que sem a sua existência o homem não buscaria realizar seus maiores desejos e objetivos. A loucura traz a ambiguidade e contradição do ser humano mas ao mesmo tempo traz a busca pelos prazeres, ou melhor, pela necessidade de prazer. A loucura de se criar um "Cente" pode passar por uma necessidade humana de se criar meios para se libertar dos costumes e crenças instituídas, ao contrário de combatida nesse contexto a loucura pode ser elogiada.