Seguidores

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Bruxa do 71, digo, Dona Clotilde e Karl Popper

"Outro gato" (Chaves em seu movimento imaginativo simplificando as coisas ao invés de imitar um gato)

Esse é um dos meus rascunhos mais antigos, o título era inclusive "ocultismo e filosofia" e a ideia era realmente trazer um panorama tanto do que a filosofia teve de aproximação de ocultismo, ordens secretas e afins, como o ocultismo no fazer filosófico no sentido de pensa-lo como uma filosofia, o gnosticismo como "concorrente" da filosofia medieval bem como as ideias mais atuais de ocultismo. Além de esbarrar na minha costumeira preguiça e imenso trabalho de ir atrás de um tema que não domino de leituras mas que mais "tiro de ouvido", como se diz por aí, acreditei que ia desviar um pouco do tema filosófico mesmo que incluísse um personagem ainda não explorado da série: a Bruxa do setent...digo a srta. Clotilde.
Não que esse tema seja algo que se diga minha nossa como domino (!) mas..."por eso estamos" (estamos aqui pra isso)
Popper contribuiu demais para a filosofia no século XX ,sob um certo aspecto podemos dizer que de certa maneira resgatou a imaginação para o fazer filosófico, ou seja, enquanto a filosofia dominada pelo Círculo de Viena ia se tornando bastante técnica e rigorosa, fundamentada em valores científicos em que só se vale analisar e filosofar sobre aquilo que pode ser verificado (enquanto o restante acaba sendo simplesmente um discurso sem sentido), Popper, apesar de buscar critérios para o que se é científico e metafísico nos diz que não é bem assim. Popper coloca que a ciência avança com teorias provisórias e não com dogmatismo, a ciência evolui diante de teorias que progridem através da acumulação de conhecimento e respondendo novos problemas. Ao se restringir a ciência a simples verificação de eventos que se repetem se valendo do método indutivo elimina-se toda possibilidade de progresso que se dá segundo Popper com a confrontação de teorias que vão se superando umas as outras.
No episódio Chaves , Francisquinha e Kiko usam de sua imaginação para de certa forma adentrar no mundo "Clotildiano" e mesmo que tudo tenha sido falso, o conhecimento, segundo Popper, (inclusive o científico) é conjecturial, especulativo e passível de erro.
Por fim no final do episódio Chaves faz sua fala dizendo que devemos julgar as pessoas pelo que elas são; que julguemos a ciência pelo que ela é: um discurso.

* texto curto, apressado e feito"nas coxa", a ideia é retomar o blog com esse texto ampliado e editado para um segundo volume do livro que até agora tem superado todas as expectativas vendendo mais de um exemplar e comprado por outras pessoas que não eu mesmo.