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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cerrado por Vacaciones


Depois de um ano de muitas postagens, férias. Mas ao contrário daquelas férias de trabalho ansiosamente aguardadas, essas férias são apenas um breve descanso de algo que adoro fazer. A parada é algo que não gera ansiedade nem depressão na volta; é simplesmente um descanso e ócio (tão importante até mesmo para o trabalho em si). Obrigado a todos os leitores que voltaram mesmo depois de tanto tempo sem postagens e aos novos que conheceram o meu trampo agora. Digo a todos que gostam do blog que se sintam a vontade para divulgar. Pretendo colocar anúncios "googlisticos" com o tempo e/ou um paypal para doações de natal, ano novo, dia de reis, pascoa e quiçá dia das mães. O dinheiro arrecadado vai para o porquinho :D
Minha ideia desde o começo era que depois de tantos livros "e a filosofia" tivéssemos um Chaves e a Filosofia, pois que se lance ele independentemente. Se a coisa ir bem me comprometo a escrever um post semanal todas as semanas.
Pouca gente sabe mas cheguei a mandar a ideia já faz um bom tempo para a editora responsável pela série "e a filosofia" no Brasil e o que ouvi foi um sonoro...na-da. Acho interessante a ideia de um livro até porque os textos que escrevo são longos e ficaria mais confortável a leitura para muitos.
Mas se mesmo assim alguém acha que jamais pagariam por algo que se consegue de graça, bem...talvez sim, talvez não...mas o mais correto é quem sabe (!?), prefiro arriscar. E digo mais, eu compraria e compro essa ideia (!) Chaves é das coisas mais interessantes e ao mesmo tempo divertidas da tv. Cada post, cada ideia que surge, cada pesquisar e ver um episodio relacionado é uma diversão e deleite. Comentários , xingamentos e observações (escritas ou como a Francisquinha faz) serão bem vindas. Abraços chavísticos a todos e voltaremos no ano que vem no mesmo horário e canal para que acompanhem o blog um ano mais.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Extra! Extra! Treze pessoas enganadas...


" -  Este jornal também é da semana passada"
(Seu Madruga)

Não se trata de pegadinha, isso é realmente um post. Já tratei um pouco disso aqui , quando digo da torre de marfim que a filosofia é colocada e principalmente dos filósofos, tidos como seres que enxergam acima de todos, para além do senso comum. E é especificamente de "enganos" que gostaria de falar, porque eles existem.
Parece existir uma aura e mística na filosofia vista de fora, por quem não é da filosofia, de que filósofos não se enganam ou até que não podem se enganar. Ao meu ver isso pode criar limitações e até entraves na filosofia, porque ela vive de discussão, erros , críticas, auto-críticas e até diria que de certas idiossincrasias. Os enganos de certa forma enriquecem a filosofia, um certo radicalismo (no sentido de ir na raiz das questões) é bem vindo. Ao contrário do sectarismo esse radicalismo promove uma eferverscência e problemas maiores a serem resolvidos. Criticar somente o que se convenciona a criticar (partindo da convenção e não dos próprios pensamentos e ideias), evitar críticas que resvalem em si, não se posicionar ou fazê-lo de forma protocolar, tudo isso de certa forma limita o pensar e atuar filosófico.
Sartre já se declarou Maoísta, Foucault defendeu aiaitolás, Cioran defendeu um regime fascista na Romênia, Heidegger tinha carteirinha de filiado ao partido Nazista... a lista vai além de 13 pessoas enganadas provavelmente, mas nem por isso eles que se enganaram foram menos filósofos, nem por isso deve-se esquecer o que defenderam, ou pior ainda: não estudá-los.Fazer parte de algum movimento não o torna instantaneamente corruptível com o livre pensar.
Muitos que se dizem livre pensantes que não se dobram a dogmatismos, acabam sendo dogmáticos nesse ponto- e se declaram acima da discussão- porque pensam que a partir do momento que qualquer um, em qualquer contexto, adere a algum movimento, o livre pensar foi maculado (até mesmo se tal pessoa que aderiu a algum movimento volte atrás e reveja de maneira crítica sua posição passada). Ao mesmo tempo, sob essa ótica, críticas só são consideradas válidas se houver nelas uma solução do problema que está sendo criticado. Mas será que é esse o papel da filosofia? Criar soluções? E o valor da discussão? Será que não devemos buscar justamente combater soluções apressadas para problemas complexos?
Longe de ser um livre pensador, quem se coloca acima de ideologias está preso a esse pensamento de torre de marfim, acima de todos, sem ver que seu posicionamento é também ideológico e sem disposição para discussões ou ouvir posições diferentes da sua.   
Por fim, até mesmo ao pensar que estamos enganados podemos nos enganar, já diria um certo sofista-professor da vila. Pois então que se viva o engano ante viver evitando se enganar, evitando críticas, evitando se posicionar. Não se muda o mundo ou se soluciona coisas não se posicionando e se envolvendo. Como já diria o incrível mestre José Angelo Gaiarsa: "quem não se envolve não se (des)envolve" 

http://www.cartacapital.com.br/revista/766/cinismo-e-cegueira-ideologica-6481.html
http://www.institutosapientia.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=1165:o-conceito-de-esclarecimento-segundo-kant-&catid=31:artigos-filosoficos&Itemid=111

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Teria sido melhor ir ver o Pelé * (Chaves e a estética)



-"Em espetáculos públicos uma mulher decente nunca vai sozinha"
-"Então o que que a senhora tá fazendo aqui" (diálogo pouco belo entre Don Ramón e a Brux...digo dona Clotilde)

 Eis que volto com o belo , ou melhor, o ramo da filosofia que dentre outras coisas o estuda, a estética. Além disso ela estuda os fundamentos da arte. A estética se ocupa desde moças de biquíni até mesmo chimpanzés reumáticos. Estética vem do grego e pode ser traduzida como "sensação", "percepção". Os dois exemplos citados podem ser objetos de estudos estéticos, tanto a moça de biquíni (belo) como o chimpanzé (não necessariamente belo). Por exemplo, no caso da moça de biquini podemos relacionar com uma obra dita clássica, como uma escultura ou pintura estritamente artística, ou seja, autônoma, sem nenhum intuito pedagógico ou político aparente, sem uma razão funcional, arte pela arte. Esta inclusive é uma corrente da estética, que parte deste princípio para definir o que seria arte. Nessa visão, algo autônomo. Já o chimpanzé reumático pode estar ligado a algo de cunho político , que pretende fazer uma crítica (seja lá ao que for). Nesse caso há correntes dentro da estética que considerariam o chimpanzé arte, enquanto a corrente da arte pela arte o excluiria e não o consideraria arte.
Em meio a isso pode-se surgir a crítica de um "vale-tudo" no que se seria arte. Uma pergunta comum seria: - então tudo é arte? Porém, para se responder essa crítica e a pergunta, a estética se usa do conceito que existe a arte e um fazer com arte. Pode-se cozinhar com arte mas nem por isso sanduíches de presuntos serão automaticamente considerados arte.  Segundo Pareyson (estudioso da estética), a obra de arte é um objeto "em construção", já que desde o seu início, mesmo antes de tomar forma física e existindo apenas enquanto vontade "informe" de criação, ela já entra em um processo interpretativo por parte do artista. Essa interpretação continua em todos os estágios da sua existência e da sua permanência no mundo, defronte a cada ser humano que entre em contacto com a obra. A obra define-se exatamente nessa presença em face a uma interpretação. Quando a obra não é pensada, relacionada, discutida, ela deixa de ser obra. Assim, Pareyson define a sua Estética como uma "teoria da formatividade", pois a obra está em permanente "formação".
Este é um dos muitos objetos de estudo da estética, mas o que isso tem a ver com o seriado? Bom, fora o fato de eu acreditar que o programa é feito com incrível arte, podemos pensar a estética questionando as emoções produzidas dentro dos fenômenos estéticos, ou seja, se perguntando o que a arte produz de emoção no indivíduo. Nesse caso, pode-se notar no seriado que é o cinema que produz essa emoção. Uma obra (no caso um filme) leva a uma emoção e ao mesmo tempo uma conclusão estética e filosófica (!). A de que diante da experiência estética de assistir o incrível "filme do pelé", eu prefiro vê-lo novamente a ter que assistir outro filme, prevendo até mesmo antes do final do outro filme que teria uma experiência estética superior caso assistisse o "filme do pelé". Em outras palavras: "Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé".

* Não sei se todos sabem mas o filme no original não é do Pelé e sim El Chanfle do próprio Roberto Gomes Bolaños, o "filme do Pelé" foi coisa da dublagem brasileira.

http://www.edubraga.pro.br/estetica-aesthetics/arte-e-autonomia-a-contribuicao-decisiva-da-modernidade/
http://revolucoes.org.br/v1/blog/arte/revolucao-estetica-e-seus-resultados-por-jacques-ranciere
http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luigi_Pareyson

sábado, 9 de novembro de 2013

O inferno como objeto filosófico-chavístico

Já faz um certo tempo que me deparei com esse texto enviado por amigos que inclusive sabem da existência desse blog. Pretendo desenvolver um pouco nesse caminho em breve mas sem tantos pecados e demônios, fica aí uma introdução e um texto interessante e engraçado que segue a linha das referências filosófico-literárias e associações inusitadas com o nosso querido seriado.
http://www.revistabula.com/768-pecados-demonios-e-tentacoes-em-chaves/

Os 10 mandamentos do Kiko

" O importante é que venha a minha festa, se não não vai ter ninguém pra invejar meus presentes"

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Liberação da mulher feminina (!)



"Que de hoje em diante as mulheres vão sair pra trabalhar e os homens que vão ter os filhos"
Francisquinha contra o patriarcado!



Vendo essa entrevista com Oscar Maroni me peguei pensando como ainda temos discursos machistas travestidos de libertários e pela liberdade. Espero que o leitor não me entenda mal, não sou moralista com a prostituição ou com as prostitutas, meu problema é com um outro lado da história. Sexo é ótimo mesmo mas porque só para os homens? E as mulheres desses homens não tem tesão, desejos ou simplesmente não querem viver essas experiências? 
A coisa já começa naquele discurso parecido com quem é contra a liberação da maconha, que prega que supostamente o usuário de maconha irá usar outras drogas (quem toma suco de abacaxi vai querer tomar de tamarindo), ou no caso em questão, quem transa com a mulher hoje amanhã vai enjoar e terá que satisfazer-se com outra. O discurso depois torna-se inflamado, bonito, em defesa do sexo livre de tabus, da liberdade sexual (tão falada que temos hoje em dia), mas será? Por que não se fala em amor livre? No amor livre os dois tanto homem quanto mulher são livres para ter experiências e quem sabe compartilha-las , não há essa hipocrisia, não é preciso esconder nada, se é pra ser liberal e libertário por que não se libera geral? Na verdade faz todo o sentido se analisarmos bem, ele Maroni é o capitalista no sentido que ganha dinheiro com isso, nada mais justo do que incentivar e criar uma necessidade onde ela não existe (!), por isso que não se fala em amor livre, o sexo poderia ser de graça e para os dois (!), sem medo nenhum. Vendo dessa perspectiva o discurso bonito se transforma em algo conservador que serve para manter tudo como está e manter o "sagrado" casamento.
No nosso querido seriado, Francisquinha faz o seu discurso invertendo os papéis pré estabelecidos, quando diz que o homem tem o direito de se fazer de difícil, e também ao dizer que agora são os homens que vão ter os filhos. Apesar de parecer pouco é o contrário de um discurso conservador que coloca a mulher como uma mera coadjuvante de aventuras sexuais do marido. Antes (o contrário de adiante) Chiquinha diz que as mulheres não tem mais que pedir permissão para cometer as "barbaridades" que já cometiam antes quando não davam permissão (!) Pois sim, que todos façam coisas bárbaras então, os homens e as mulheres!  

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As estatísticas e Olavo de Carvalho



" Sabia que cada vez que o Chaves respira morre uma pessoa na China"
Professor Girafales

Depois de testar as estatísticas do blog vou falar sobre essas "senhoras". Não tanto das estatísticas em si mas sim do uso que fazemos delas, de como usamos os fatos para argumentar e como nem sempre fatos nos levam a conclusões corretas.
Uso para isso a figura do controverso filósofo-astrólogo Olavo de Carvalho. A coisa já começa controversa diante de apenas citar o "astrólogo", pois muitos que o defendem e admiram no campo da filosofia acreditam que dizer que ele é astrólogo já é um sinal de preconceito com a sua pessoa e já indicam um texto tendencioso mas o caso é que sim, ele é astrólogo. Não sei se ainda exerce mas isso nunca foi negado, nunca houve uma retratação no sentido de uma desistência ou auto-crítica , na verdade isso revela o preconceito contra a astrologia de quem o defende (também há de quem não o defende), tida como uma desqualificação a sua pessoa, algo vergonhoso, coisa de gente supersticiosa e sem instrução. É bom dizer que no campo da astrologia há livros escritos por Olavo e muitos astrólogos o usam como referência mas enfim, aí já entra outra questão filosófica para quem admira seu trabalho como filósofo: e daí? E daí que o filósofo que você admira pratica algo que é tido como anti-filosófico? Aliás quem é que sabe o que se é ou não filosófico, a questão é: Fernando Pessoa é menos poeta por ter sido envolvido com astrologia?
Depois desse parentese vamos as famosas estatísticas, no episódio o nosso querido professor faz essa proposição de que cada vez que o Chaves respira morre uma pessoa na China. A questão não é questionar quanto a essa proposição mas sim a conclusão que o garoto Chaves tira dela que parando de respirar ele salvará da morte os chineses. Em um artigo Pedro Dória faz uma crítica num sentido parecido a Olavo de Carvalho que faz associações sobre o tema de Obama e sua certidão de nascimento, embora ao contrário de Chaves que tira e expõe sua conclusão parando de respirar, no texto de Olavo a conclusão fica no ar (de que Obama não é cidadão estadounidense e a certidão é falsa). Nos dois casos é exposto a velha falácia "post hoc ergo propter hoc" (depois disso, logo, por causa disso) , ou seja , depois que Chaves respira chineses morrem logo a morte dos chineses ocorrem por culpa da respiração do garoto. Depois que supostamente se esconde a nacionalidade de um candidato a presidência dos Estados Unidos logo ele quer destruir os EUA ou explodir Moscou (só faltou dizer que come criancinhas). Nesse ponto a filosofia além de ajudar para que não prendemos a respiração sem necessidade, seja com relação a chineses ou qualquer outra coisa, ajuda a nos tornar mais conscientes do simplismo presente em certos discursos.
Por fim digo que sempre tive curiosidade quanto ao filósofo-astrólogo, pois sempre ouvia a respeito da esquerda ser burra e dogmática em ignorar discutir a filosofia de Olavo, que há um preconceito pelo que ele representa, que por trás das paranoias e loucuras de se ver comunismo em tudo a esquerda ignora todo um tesouro de pensamento. Li pouca coisa e pra falar a verdade quis evitar a fadiga logo no começo (dizer que gays são moralmente corruptos, que a evolução é coisa de ateus comunistas, é fundamentalista e ridículo independente da erudição com que você fale isso) dos poucos artigos que li ou que consegui ler me fizeram chegar a uma diferente conclusão, a de que a "esquerda" é extremamente inteligente ao ignorá-lo. E quando se fala na experiência do próprio individuo não há o que se contestar. Há um texto em especial sobre Newton que tive o desprazer de ler que lança toda sorte de disparates , zombando , numa jactância de ignorante da ciência, distorcendo teorias científicas, colocando as novas descobertas da ciência como desqualificadora do físico. Qualquer cientista e produtor de conhecimento sabe que não existe verdade definitiva e Newton não foge a regra, não apresenta sua tese como verdade absoluta e sim justamente o contrário. Talvez o fato de Bolaños ter usado o exemplo da China poderia alimentar mais paranoias, talvez não, quem sabe...quem quiser tirar suas próprias conclusões fique a vontade de ir atrás do polêmico filósofo mas depois não digam que não avisei.

http://www.olavodecarvalho.org/semana/081117dce.html
http://omalfazejo2.wordpress.com/2008/12/01/olavo-de-carvalho-e-michael-moore/ (Pedro Dória rebatendo o artigo acima)
http://www.olavodecarvalho.org/semana/060615jb.html (artigo sobre Newton)


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Carta aberta às pessoas privilegiadas

"Somente as pessoas ruins sentem prazer com o sofrimento alheio"
Seu Madruga

Compartilho esse interessante texto e já aproveito para testar as estatísticas de acesso :D
http://papodehomem.com.br/privilegiadas/

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Churruminos, Átomos e Demócrito (!)

"Estou caçando Churruminos" (Chaves de Abder...digo da Vila)




Eis que lembro de Demócrito de Abdera, esse pouco lembrado, ou melhor, mal lembrado filosofo antigo chamado erroneamente de pré-socrático - Demócrito é contemporâneo de Sócrates e viveu no mesmo período que Platão, portanto não se encaixa nesta denominação - muitos de seus escritos se perderam e há quem diga que propositalmente *, inclusive que Platão evitava cita-lo em seus escritos pela sua teoria materialista que ia contra o idealismo que Platão defendia em seus diálogos.  
Demócrito é tido como maior expoente da teoria atômica, teoria esta que afirma que tudo que existe é composto por pequenas partículas indivisíveis chamadas átomos. A teoria foi aprimorada na Grécia e hoje. A existência do átomo é admitida pela ciência e sabe-se que é possível dividi-lo, esta idéia apesar de tida como simples, sem maiores "metafísicas" engloba toda realidade e a explica com a concepção de que a matéria sempre existiu. Não há um momento de criação, um surgimento ou qualquer coisa do tipo a matéria simplesmente sempre esteve presente.
Além de ser conhecido como "o filosofo que ri" sua semelhança com Chaves está na imaginação aliada a percepção da realidade, segundo historiadores a teoria dos átomos foi concebida no observar do efeito da luz vista em poeiras (olhando assim contra a luz rs), daí se imaginou a existência de tais partículas mesmo sem os recursos de hoje em dia, talvez ainda achem os Churruminos, Xirilófos e outros que habitam a nossa imaginação e do Chavinho, mesmo que não enxerguemos tão claramente na realidade.

* Michel Onfray explica isso bem em seu primeiro Contra História da Filosofia

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cante Kant I can´t (!)

" Se ocupe com os alunos medianos, os excepcionais se viram sozinhos e os muito ruins demandam demasiado esforço"
(Frase atribuída a Immanuel Kant) 



* post inspirado na sugestão de um dos meus mais antigos leitores Edward, valeu! Quem tiver também alguma sugestão é só escrever.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Foucault e Chaves (2)

"Mas eu não rezei para que encontrassem o ladrão. Rezei para que o ladrão se arrependa e se torne bonzinho..." (depois, música reflexiva e triste)


Fiquei de escrever essa continuação e ao contrário da terceira parte do episódio dos piratas que nunca foi ao ar (pelo menos aqui no Brasil e todos outros países fora o México), cumpro a promessa de uma outra parte e escrevo a continuação.
Na primeira parte tinha dito que falar sobre Foucault seria complicado e desagradaria tanto quem gosta quanto quem desgosta do filósofo francês. Continuo dizendo isso , falar sobre Foucault é complicadissississimo por várias razões desde a complexidade dos seus textos em si, até tudo que se fala sobre ele de bom e de ruim, numa espécie de "mística" que paira sobre a figura dele. Como já disse também, agora desagrado os "antifoucaultianos", não que eles precisem de um texto para serem mais desagradados, Foucault já fornece material e polêmica suficiente. Chamado as vezes de irracional e sem lógica, acredito que a idéia comum e a lógica de "bandido é bandido", a idéia que quem estuda a origem e procura uma explicação da criminalidade é defensor da bandidagem, essa sim é a verdadeira irracionalidade. * 
Um dos livros mais importantes escritos por Foucault é Vigiar e Punir. O livro começa pela narrativa da tortura, suplício e esquartejamento de um parricida, em 1757. A narrativa é feita em detalhes e acaba dando ênfase da diferença dos dias de hoje e de como essa tortura com o tempo (isto é, ao longo dos séculos XIX e XX), transmuta-se em outra coisa, transfere-se para outro lugar. Não só passa do corpo para a “alma”, a tortura deixa também de ser prerrogativa de quem detém um poder político que se sustenta fortemente na moral religiosa, no crivo religioso, para passar a ser prerrogativa do poder legal, do poder educacional, do poder psiquiátrico, do poder presente no trabalho etc. Em outras palavras, passa a ser tortura disseminada, difusa, ou seja, praticada em todo lugar mas sem esse nome e sem que se consiga perceber. 
E o que isso tem a ver com o nosso querido seriado? Pois sim...nesse episódio depois do exílio o garoto Chaves vai se confessar com o padre (logo no começo do livro de Foucault a condenação de Damiens - o parricida- é pedir perdão publicamente diante da porta principal da igreja de Paris), depois reza pra que o ladrão se torne bonzinho e se arrependa, ou seja, que sua alma seja curada. E de fato o ladrão fumad...digo sr. Furtado acaba se arrependendo e ficando bonzinho mas através da própria consciência, ao contrário do que normalmente acontece e da descrição do filósofo de que o Estado- presente no sistema prisional com a sua punição baseada na disciplina e vigilância- pretende não necessariamente fazer justiça ou mudar consciências, mas sim manter o status quo e a sociedade do jeito que está.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1504200815.htm
http://viniciusfigueira.wordpress.com/2012/06/30/foucault-vigiar-e-punir-resenha-para-preguicosos/
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/saiba-mais-obra-vigiar-punir-michel-foucault-678921.shtml


sábado, 21 de setembro de 2013

O passeio do Girafales (cético) *

-"Não diga assim com tanta certeza, somente os idiotas tem certeza do que dizem!" (Professor)
- "Tem certeza?" (Madruga)
- "Completamente!" (Professor)

O ceticismo tão presente na ciência teve seu início na filosofia. Pirro de Elis foi o primeiro cético que se tem notícia, muita coisa se perdeu e pouca coisa se sabe de seus escritos , o pouco que sabemos vem de seus contemporâneos e de toda uma filosofia tentando refutar o ceticismo, de Descartes à Agostinho.
O que é buscado na filosofia de Pirro é a ataraxia - tranquilidade da alma. Não se trata de tranquilidade psicológica ou mesmo uma simples paz mas algo além disso, fruto de uma experiência filosófica presente em estágios. O cético é fiel ao que lhe aparece, ao que chega através dos sentidos (fenômeno) "primeiro ele vai em busca da verdade (zétesis), depois se depararia com teorias conflitantes (diaphonia), cada qual pretendendo ser a única verdadeira. Dada a falta de um critério para decidir qual dessas teorias assim opostas é a verdadeira – já que os critérios dependeriam eles próprios das teorias e não seriam imunes ao questionamento – considera que todas têm igual peso (isosthenia). Incapaz de decidir entre elas, de fazer uma escolha, o cético se encontra então forçado a não se pronunciar (afasia) e, portanto, a suspender seu juízo (epoché). Ao fazê-lo, descobre-se livre das inquietações, alcançando, assim, a tranqüilidade da alma (ataraxia)."
A crítica aos céticos como eu disse no começo é muito presente na filosofia, ao se ver os céticos em filosofia é comum ouvir que é algo fácil num primeiro momento, simplesmente suspender o juízo para tudo, isso é muito fácil dizem, mas há de se lembrar que o ceticismo combate em primeiro lugar com essa filosofia o dogmatismo. É comum pensar que hoje em dia as pessoas são  mais céticas , isso é falado até em tom negativo mas ainda há muito dogmatismo no mundo, inclusive nessa frase do nosso querido professor linguiç... digo Girafales que depois de dizer a frase do começo cai no próprio dogmatismo através da pergunta que pode levar a ataraxia:" - Tem certeza?", a frase do professor é um dogmatismo presente no próprio ceticismo que ela propõe, é bom dizer.
Os céticos e o ceticismo ainda são necessários principalmente hoje em dia onde não há tantas certezas e as pessoas acabam ficando carentes de algo em que acreditar. Nesse estado o autoritarismo se faz presente com o dogmatismo que o ceticismo combate. Vejo os céticos sendo aquelas pessoas a lembrar-nos de sermos cuidadosos em nossas crenças muitas vezes dogmática, mesmo que sejam crenças científicas (!) encerro o texto com uma bela frase de Carl Sagan que ilustra um pouco isso:
"- A ausência de evidência, não significa a evidência de ausência"

* o título remete a um livro de Diderot "O passeio do cético"
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-inicio-sexto-empirico-e-o-ceticismo-pirronico/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexto_Emp%C3%ADrico

domingo, 25 de agosto de 2013

Por que não publico há tanto tempo?

"As coisas nem sempre saem como a gente imagina"
Chiquinha

O hiato de textos está longuississississimo, publiquei duas tentativas de promessas de posts em breve e elas não vingaram. Como resolvo isso para com meus inúmeros leitores? (já passaram de dois faz muito tempo) Que falo para explicar esse sumiço? 
Na-da. Vocês terão de resolver isso sozinhos. A vida é cheia de contingências, acasos , determinismos (isso dá até um post), as vezes temos que simplesmente aceitar que as coisas não saem como a gente imagina ou planeja como já diria a Francisquinha, seja com bolos ou textos de blogs. Agradeço as visitas e espero conseguir postar mais textos mas sem promessas e sem gerar expectativas, hasta luego...