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domingo, 8 de agosto de 2021

Paradoxo de Girafalles X Paradoxo da tolerância

 


Aproveitando o mote das olimpíadas é possível falar um pouco sobre a "selvageria, ante-sala do manicômio" e outros adjetivos utilizados pelo nosso querido personagem professor Girafalles. É até interessante porque frente um comentário anterior de um "leitor" revoltado com um suposto politicamente incorreto do seriado, é uma fala no seriado que teria um discurso totalmente contrário e bem politicamente correto, por assim dizer. Algo que é associado a uma anti-violência. E a filosofia? Pois sim, ela possui um pouco disso. É quase sempre dito que a filosofia em seu discurso racional é o oposto de uma violência. Adorno, Eric Weil, até mesmo Arendt e vários outros exemplos sempre se colocaram numa posição de repúdio a violência. Quase que num imperativo de fala em que onde entraria a violência a filosofia sairia pela outra porta. A perspectiva corrente no século XX é de que o nazismo fez ver os limites da razão, os limites do diálogo possível frente um outro violento. E dentro do famoso paradoxo da tolerância (Popper) vemos um professor Girafalles inimigo fidagal da luta mas que mesmo assim se empenha em não ser tolerante com o boxe praticado pelo garoto Chaves. Mas tal qual o filósofo será que há razão nisso? Uma crítica ao austríaco se pauta em justamente contestar que a crítica em sua "open society" a ditos totalitarismos de sistemas platônicos e afins é praticada da mesma maneira em sua visão e idealização. Da mesma forma, uma outra visão crítica sobre a violência tem sido refletida a partir da inserção de pensadores como Frantz Fanon, afinal, dentro de toda violência perpetrada por um sistema fundado na mais profunda violência colonial, seria possível desconsiderar e criticar o uso para fins de resistência? Sem respostas aqui ficamos com o clássico, pode ser que sim, que não mas o mais correto é: quem sabe? 

domingo, 1 de agosto de 2021

Russell, Bukowski e professor Inocêncio Girafalles

Pois sim, retomo o blog depois de muito tempo. O cringe blog de internet. Apagando alguns comentários de direitosos raivosos (a que ponto chegamos*)  e tirando o enferrujado do escrever nessa plataforma tão antiga. O prazer dos escritos em blogs merecem até uma atenção extra. Não sei exatamente dizer ao certo mas ao que parece as problemáticas falas do filósofo Agamben tomaram forma em um blog pessoal. Então retomamos o pacote cringe incluindo a filosofia nesse caldo.

Há um meme/imagem famoso que tem uma frase atribuída ao escritor Bukowski que diz que o problema do mundo é que as pessoas inteligentes estão cheia de questões enquanto as idiotas estão cheia de certezas. Entretanto essa frase não é do escritor estadunidense (chorem direitosos?) mas do filósofo inglês Bertrand. Bertrand Russell. A ideia aqui não é adentrar na filosofia do inglês voltada principalmente às questões mais abstratas da lógica que ligam a filosofia às matemáticas, mas sim focar nessa frase.

Enquanto o nosso querido professor Girafalles tem várias frases nesse caminho que até entram em confronto com isso diretamente. - "os idiotas sempre tem certeza do que dizem", há também o clássico: "só me enganei uma vez, quando achei estar enganado". 

Retomando a frase do filósofo inglês lá atrás (atrás mesmo não adiante), isso pode ser levado em um outro patamar menos rasteiro. Afinal seria um sintoma para a própria filosofia? Tirando o impacto e juízo de valor com idiotas e inteligentes, a filosofia hoje se permite ter certezas? Ou é próprio da filosofia sempre ser atopia (sem lugar) e aberta para tudo, inclusive para todo tipo de dúvida? Dentro da filosofia de Russell talvez certezas fossem o norte mas atualmente muitas das suas próprias certezas filosóficas foram postas em dúvida (enquanto estava vivo também). Uma outra perspectiva de resposta se ampara em uma raiz comum da filosofia na forma do clichê que filosofia é o reino das perguntas. Tomando por base Platão e seus diálogos que dão margem a um infinito vislumbre do Logos nessa forma de escrita, não há problema, mas sim uma condição sino qua non da filosofia nesse suposto clichê. A inteligência da filosofia deveria se primar por estar cheia de dúvidas. Mas aí chegamos numa certeza? Aí que está. É justamente esse tipo de pegadinha que pega o nosso personagem no contrapé: - Somente os idiotas tem completa certeza do que dizem. - Tem certeza? - Completamente!!

Ops.

   






















*uma certeza aqui pra esses ignóbeis: não há qualquer pudor em eu me dizer de esquerda aqui, sua denúncia é vazia,  tomamos essa afirmação na direção contrária, um atestado de não cretinice e elogio.