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sábado, 19 de novembro de 2022

Que m...é essa de Chaves e a Filosofia?

Retomo o blog com um "incentivo", um amigo internético ao saber da empreitada sobre Chaves e a Filosofia presume se tratar de algo...pífio, vulgar, tolo e todos adjetivos professorais que conhecemos do próprio seriado (vide Girafalles se referindo ao trabalho madruguístico). E ao contrário de desanimar fiquei animado em retomar com a escrita. Por mais parado que esse site esteja, inclusive não figurando mais em busca de google. O ato de escrever corre solto quando me proponho a isso, numa internet quase que pré redes sociais. 

O marketing atual quase que onipresente adiciona camadas de neoliberalismo (sim vou usar essa terminologia sem dó aqui). O pós fordismo se instaura numa corrida para buscar um lugar ao sol do vício alheio. "Jogue o jogo", "não faça juízo moral, faça o que o algoritmo manda", "não pense, produza". 

Sim, não há o almejado sucesso aqui, é possível apontar o dedo para uma suposta frustração de alguém que não ganhou nada na internet em termos monetários mas a despeito disso há um certo orgulho do amadorismo, no que ele representa em tempos de monetização de paixões.

O dito Culto do Amador, desenvolvimento em livro sobre a falta de critério técnico e profissional promovida pela internet, dá lugar hoje a profissionais gabaritados obrigados a agir em um mundo cão de algoritmos, conjuntamente com o número de curtidas e afins como critério de validade.

Já ouço os ecos de suposto elitismo de minha parte, numa variação do "não pense, produza direito, ok?", "vá a luta", "trabalhe enquanto os outros reclamam (pensam)". Porque é isso que se trata os conselhos de produtores de conteúdo, a proposta de não se parar para pensar. Blog? Joga essa m...para o alto, foque no que está fazendo sucesso, siga a fórmula. Pare de brincar de internet. Então, retomando o ponto do Culto do Amador, o que temos é o culto-coach-empreendedor. Trate sua experiência na internet como uma empresa.

Se ganha muito dinheiro (tenho quase certeza que mais do que ganho num trabalho formal) mas do que vejo o trabalho é muito grande. Pessoas que ao mesmo tempo ensinam os truques (lunático, o ladrão, tal qual os mestres do iôiô) e se dizem cansadas, que invejam quem tem o "poder" de simplesmente "fazer nada" durante o final de semana, porque nessa de monetizar as paixões tudo precisa se transformar em produto, o tempo todo. O sempre criticado "viver no final de semana", vira um oposto exaustivo, o exaurir a vida de tudo, inclusive dela mesma. Não se espera o final de semana, se espera o final da festa, só que não há festa. Muitos querem entrar nessa suposta festa mas...não há festa.

Enfim, mas e Chaves e a Filosofia? Ele segue, como um produto, mas que ao mesmo tempo não quer ser produto. Criticável sim, só que o desvio da crítica é tranquilo. Inclusive me animo mais com algo como "Que merda é essa?", do que problematizações vazias, ao que parece tuiteras, de que o seriado é politicamente incorreto e que o empreendimento Chaves e a Filosofia é moralmente condenável porque...porque sempre se está errado para suprir as expectativas pós modernas. Portanto, segue o jogo, com os que ganham, os que perdem e os que reclamam de tudo.     

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