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terça-feira, 23 de junho de 2015

Kiko (Arístipos de mamãe)

-“ Pois fiquem sabendo que eu só como em aparelhos de porcelana” (Kiko)
-“Você ouviu Chiquinha? Ele só come em aparelho sanitario...” (Chaves)

Já que falamos de Chaves como Diógenes, agora falemos de Arístipos como... carinho, coração , rei, querubim. Loteria! Ops! Digo, falemos de Kiko como Arístipos para destacarmos uma certa rivalidade entre os dois filósofos. 
Arístipos é considerado o precursor do que chamamos de hedonismo (expressando-me de maneira bastante sucinta, esta é a corrente filosófica que define que o prazer e o fruir são a essência do bem viver), diferente do cinismo que propõe a austeridade e independência para se atingir uma vida plena. Independência e liberdade isoladas do prazer, segundo a filosofia hedonista, não seriam desejáveis. As duas (independência e liberdade) estariam a serviço do prazer e seriam um meio para alcançá-lo (comer em pratos de papel nem sempre pode ser uma experiência boa caso já se tenha comido em artigos de porcelana, como diria Kiko). 
A história anterior sobre as lentilhas era sobre Arístipos que também era filósofo. De certa forma, ele e Diógenes conviviam juntos, assim como os dois garotos da vila. Arístipo como bom hedonista busca o prazer como único bem absoluto na vida. É preciso cuidado aqui, a frase não está incorreta, mas é preciso definir qual é a sua noção de prazer. 
Na atual sociedade, é comum associar o Hedonismo a atitudes pouco positivas como comportamentos destrutivos e irracionais. No entanto, o seu conceito do prazer quase sempre vem ligado à razão, ou seja, há um controle racional do prazer para que o prazer não se perca em algo vulgar. O simples “evitar o desprazer” acaba sendo um prazer nesta concepção e isso responde a falácia dita contra o hedonismo de que, caso ele ocorra, ninguém pensará em nada a não ser em prazeres efêmeros que se transformarão em vício e dependência).  
Outro aspecto peculiar de Arístipos que o coloca em consonância com o Hedonismo é o 
pensar nos cinco sentidos, estimulá-los e trazê-los à vida pois eles são o meio para o fruir.  Para 
isso, ele usava muito perfume, pois assim estimularia inclusive os sentidos alheios, o que 
derruba outro mito, o de que o Hedonismo é essencialmente egoísta. Um dos “mantras” hedonistas é: – “Frua e faça fruir, sem fazer mal nem a você nem a ninguém, eis toda a moral” (Chamfort). O filósofo, segundo as anedotas de Diógenes de Laércio (outro Diógenes de quem tratarei mais pra frente), fazia questão de se vestir bem. Igual ao Kiko e seu esforço para manter seu terninho limpo, comer bem (como vimos no caso das lentilhas), além de ter dinheiro para viver confortavelmente. 
Assim como outros pensadores da antiguidade, não há nada que o próprio Aristipo tenha escrito que sobreviveu. Tudo é contado por terceiros, principalmente por meio de anedotas. 
Para encerrar, gostaria de sugerir a leitura de um filósofo atual que se ocupa com o Hedonismo de maneira intensa. Trata-se do francês Michel Onfray, que além de recontar a história da filosofia, incluindo muitos filósofos excluídos e até marginais (Diógenes e Arístipo, por exemplo) ele põe o Hedonismo no centro de sua filosofia, propondo um sistema filosófico hedonista no campo estético, comportamental e até político.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mais textos

Dado ao imenso sucesso obtido, 1 livro enviado e outro aguardando apenas a confirmação do emeio para ser enviado, decidi continuar com os textos para um possível segundo volume.
Acredito que a falta de dinheiro não pode ser um impeditivo de ter acesso aos textos do livro, diante disso vou publicar os poucos textos que estão apenas no livro, quem quiser um livro organizado poderá adquirir da mesma maneira.
E zás e zás e zás.