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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cerrado por Vacaciones


Depois de um ano de muitas postagens, férias. Mas ao contrário daquelas férias de trabalho ansiosamente aguardadas, essas férias são apenas um breve descanso de algo que adoro fazer. A parada é algo que não gera ansiedade nem depressão na volta; é simplesmente um descanso e ócio (tão importante até mesmo para o trabalho em si). Obrigado a todos os leitores que voltaram mesmo depois de tanto tempo sem postagens e aos novos que conheceram o meu trampo agora. Digo a todos que gostam do blog que se sintam a vontade para divulgar. Pretendo colocar anúncios "googlisticos" com o tempo e/ou um paypal para doações de natal, ano novo, dia de reis, pascoa e quiçá dia das mães. O dinheiro arrecadado vai para o porquinho :D
Minha ideia desde o começo era que depois de tantos livros "e a filosofia" tivéssemos um Chaves e a Filosofia, pois que se lance ele independentemente. Se a coisa ir bem me comprometo a escrever um post semanal todas as semanas.
Pouca gente sabe mas cheguei a mandar a ideia já faz um bom tempo para a editora responsável pela série "e a filosofia" no Brasil e o que ouvi foi um sonoro...na-da. Acho interessante a ideia de um livro até porque os textos que escrevo são longos e ficaria mais confortável a leitura para muitos.
Mas se mesmo assim alguém acha que jamais pagariam por algo que se consegue de graça, bem...talvez sim, talvez não...mas o mais correto é quem sabe (!?), prefiro arriscar. E digo mais, eu compraria e compro essa ideia (!) Chaves é das coisas mais interessantes e ao mesmo tempo divertidas da tv. Cada post, cada ideia que surge, cada pesquisar e ver um episodio relacionado é uma diversão e deleite. Comentários , xingamentos e observações (escritas ou como a Francisquinha faz) serão bem vindas. Abraços chavísticos a todos e voltaremos no ano que vem no mesmo horário e canal para que acompanhem o blog um ano mais.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Extra! Extra! Treze pessoas enganadas...


" -  Este jornal também é da semana passada"
(Seu Madruga)

Não se trata de pegadinha, isso é realmente um post. Já tratei um pouco disso aqui , quando digo da torre de marfim que a filosofia é colocada e principalmente dos filósofos, tidos como seres que enxergam acima de todos, para além do senso comum. E é especificamente de "enganos" que gostaria de falar, porque eles existem.
Parece existir uma aura e mística na filosofia vista de fora, por quem não é da filosofia, de que filósofos não se enganam ou até que não podem se enganar. Ao meu ver isso pode criar limitações e até entraves na filosofia, porque ela vive de discussão, erros , críticas, auto-críticas e até diria que de certas idiossincrasias. Os enganos de certa forma enriquecem a filosofia, um certo radicalismo (no sentido de ir na raiz das questões) é bem vindo. Ao contrário do sectarismo esse radicalismo promove uma eferverscência e problemas maiores a serem resolvidos. Criticar somente o que se convenciona a criticar (partindo da convenção e não dos próprios pensamentos e ideias), evitar críticas que resvalem em si, não se posicionar ou fazê-lo de forma protocolar, tudo isso de certa forma limita o pensar e atuar filosófico.
Sartre já se declarou Maoísta, Foucault defendeu aiaitolás, Cioran defendeu um regime fascista na Romênia, Heidegger tinha carteirinha de filiado ao partido Nazista... a lista vai além de 13 pessoas enganadas provavelmente, mas nem por isso eles que se enganaram foram menos filósofos, nem por isso deve-se esquecer o que defenderam, ou pior ainda: não estudá-los.Fazer parte de algum movimento não o torna instantaneamente corruptível com o livre pensar.
Muitos que se dizem livre pensantes que não se dobram a dogmatismos, acabam sendo dogmáticos nesse ponto- e se declaram acima da discussão- porque pensam que a partir do momento que qualquer um, em qualquer contexto, adere a algum movimento, o livre pensar foi maculado (até mesmo se tal pessoa que aderiu a algum movimento volte atrás e reveja de maneira crítica sua posição passada). Ao mesmo tempo, sob essa ótica, críticas só são consideradas válidas se houver nelas uma solução do problema que está sendo criticado. Mas será que é esse o papel da filosofia? Criar soluções? E o valor da discussão? Será que não devemos buscar justamente combater soluções apressadas para problemas complexos?
Longe de ser um livre pensador, quem se coloca acima de ideologias está preso a esse pensamento de torre de marfim, acima de todos, sem ver que seu posicionamento é também ideológico e sem disposição para discussões ou ouvir posições diferentes da sua.   
Por fim, até mesmo ao pensar que estamos enganados podemos nos enganar, já diria um certo sofista-professor da vila. Pois então que se viva o engano ante viver evitando se enganar, evitando críticas, evitando se posicionar. Não se muda o mundo ou se soluciona coisas não se posicionando e se envolvendo. Como já diria o incrível mestre José Angelo Gaiarsa: "quem não se envolve não se (des)envolve" 

http://www.cartacapital.com.br/revista/766/cinismo-e-cegueira-ideologica-6481.html
http://www.institutosapientia.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=1165:o-conceito-de-esclarecimento-segundo-kant-&catid=31:artigos-filosoficos&Itemid=111

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Teria sido melhor ir ver o Pelé * (Chaves e a estética)



-"Em espetáculos públicos uma mulher decente nunca vai sozinha"
-"Então o que que a senhora tá fazendo aqui" (diálogo pouco belo entre Don Ramón e a Brux...digo dona Clotilde)

 Eis que volto com o belo , ou melhor, o ramo da filosofia que dentre outras coisas o estuda, a estética. Além disso ela estuda os fundamentos da arte. A estética se ocupa desde moças de biquíni até mesmo chimpanzés reumáticos. Estética vem do grego e pode ser traduzida como "sensação", "percepção". Os dois exemplos citados podem ser objetos de estudos estéticos, tanto a moça de biquíni (belo) como o chimpanzé (não necessariamente belo). Por exemplo, no caso da moça de biquini podemos relacionar com uma obra dita clássica, como uma escultura ou pintura estritamente artística, ou seja, autônoma, sem nenhum intuito pedagógico ou político aparente, sem uma razão funcional, arte pela arte. Esta inclusive é uma corrente da estética, que parte deste princípio para definir o que seria arte. Nessa visão, algo autônomo. Já o chimpanzé reumático pode estar ligado a algo de cunho político , que pretende fazer uma crítica (seja lá ao que for). Nesse caso há correntes dentro da estética que considerariam o chimpanzé arte, enquanto a corrente da arte pela arte o excluiria e não o consideraria arte.
Em meio a isso pode-se surgir a crítica de um "vale-tudo" no que se seria arte. Uma pergunta comum seria: - então tudo é arte? Porém, para se responder essa crítica e a pergunta, a estética se usa do conceito que existe a arte e um fazer com arte. Pode-se cozinhar com arte mas nem por isso sanduíches de presuntos serão automaticamente considerados arte.  Segundo Pareyson (estudioso da estética), a obra de arte é um objeto "em construção", já que desde o seu início, mesmo antes de tomar forma física e existindo apenas enquanto vontade "informe" de criação, ela já entra em um processo interpretativo por parte do artista. Essa interpretação continua em todos os estágios da sua existência e da sua permanência no mundo, defronte a cada ser humano que entre em contacto com a obra. A obra define-se exatamente nessa presença em face a uma interpretação. Quando a obra não é pensada, relacionada, discutida, ela deixa de ser obra. Assim, Pareyson define a sua Estética como uma "teoria da formatividade", pois a obra está em permanente "formação".
Este é um dos muitos objetos de estudo da estética, mas o que isso tem a ver com o seriado? Bom, fora o fato de eu acreditar que o programa é feito com incrível arte, podemos pensar a estética questionando as emoções produzidas dentro dos fenômenos estéticos, ou seja, se perguntando o que a arte produz de emoção no indivíduo. Nesse caso, pode-se notar no seriado que é o cinema que produz essa emoção. Uma obra (no caso um filme) leva a uma emoção e ao mesmo tempo uma conclusão estética e filosófica (!). A de que diante da experiência estética de assistir o incrível "filme do pelé", eu prefiro vê-lo novamente a ter que assistir outro filme, prevendo até mesmo antes do final do outro filme que teria uma experiência estética superior caso assistisse o "filme do pelé". Em outras palavras: "Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé".

* Não sei se todos sabem mas o filme no original não é do Pelé e sim El Chanfle do próprio Roberto Gomes Bolaños, o "filme do Pelé" foi coisa da dublagem brasileira.

http://www.edubraga.pro.br/estetica-aesthetics/arte-e-autonomia-a-contribuicao-decisiva-da-modernidade/
http://revolucoes.org.br/v1/blog/arte/revolucao-estetica-e-seus-resultados-por-jacques-ranciere
http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luigi_Pareyson