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sábado, 21 de setembro de 2013

O passeio do Girafales (cético) *

-"Não diga assim com tanta certeza, somente os idiotas tem certeza do que dizem!" (Professor)
- "Tem certeza?" (Madruga)
- "Completamente!" (Professor)

O ceticismo tão presente na ciência teve seu início na filosofia. Pirro de Elis foi o primeiro cético que se tem notícia, muita coisa se perdeu e pouca coisa se sabe de seus escritos , o pouco que sabemos vem de seus contemporâneos e de toda uma filosofia tentando refutar o ceticismo, de Descartes à Agostinho.
O que é buscado na filosofia de Pirro é a ataraxia - tranquilidade da alma. Não se trata de tranquilidade psicológica ou mesmo uma simples paz mas algo além disso, fruto de uma experiência filosófica presente em estágios. O cético é fiel ao que lhe aparece, ao que chega através dos sentidos (fenômeno) "primeiro ele vai em busca da verdade (zétesis), depois se depararia com teorias conflitantes (diaphonia), cada qual pretendendo ser a única verdadeira. Dada a falta de um critério para decidir qual dessas teorias assim opostas é a verdadeira – já que os critérios dependeriam eles próprios das teorias e não seriam imunes ao questionamento – considera que todas têm igual peso (isosthenia). Incapaz de decidir entre elas, de fazer uma escolha, o cético se encontra então forçado a não se pronunciar (afasia) e, portanto, a suspender seu juízo (epoché). Ao fazê-lo, descobre-se livre das inquietações, alcançando, assim, a tranqüilidade da alma (ataraxia)."
A crítica aos céticos como eu disse no começo é muito presente na filosofia, ao se ver os céticos em filosofia é comum ouvir que é algo fácil num primeiro momento, simplesmente suspender o juízo para tudo, isso é muito fácil dizem, mas há de se lembrar que o ceticismo combate em primeiro lugar com essa filosofia o dogmatismo. É comum pensar que hoje em dia as pessoas são  mais céticas , isso é falado até em tom negativo mas ainda há muito dogmatismo no mundo, inclusive nessa frase do nosso querido professor linguiç... digo Girafales que depois de dizer a frase do começo cai no próprio dogmatismo através da pergunta que pode levar a ataraxia:" - Tem certeza?", a frase do professor é um dogmatismo presente no próprio ceticismo que ela propõe, é bom dizer.
Os céticos e o ceticismo ainda são necessários principalmente hoje em dia onde não há tantas certezas e as pessoas acabam ficando carentes de algo em que acreditar. Nesse estado o autoritarismo se faz presente com o dogmatismo que o ceticismo combate. Vejo os céticos sendo aquelas pessoas a lembrar-nos de sermos cuidadosos em nossas crenças muitas vezes dogmática, mesmo que sejam crenças científicas (!) encerro o texto com uma bela frase de Carl Sagan que ilustra um pouco isso:
"- A ausência de evidência, não significa a evidência de ausência"

* o título remete a um livro de Diderot "O passeio do cético"
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-inicio-sexto-empirico-e-o-ceticismo-pirronico/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexto_Emp%C3%ADrico

3 comentários:

  1. Interessantíssima a citação do Sr. Sagan, passarei a incorporá-la em meus colóquios mais intelectualmente intensos.
    E eu considero-me bastante cético!
    :)

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  2. Valeu Edward (!) pra mim serviu até pros momentos não tão intensos intelectualmente :D, muito bom saber q continua visitando, forte abraço!

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