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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Madruguinhas, massacotes e afins (Peter Singer e a questão dos animais)



"EN ESTA BESIDA ESTAN PROIVIDOS LOS ANIMALES..."
(Anúncio escrito por Seu Madruga à pedido de Dona Florinda)

“Este livro trata da tirania de animais humanos sobre animais não-humanos”
(trecho extraído do livro de Peter Singer: Libertação Animal)


Já escrevi sobre Ética por aqui e agora a questão da Ética se estende aos animais na figura do filósofo australiano Peter Singer que faz reflexões éticas sobre a questão dos animais.
No seriado sabemos que o senhor Barriga é da sociedade protetora dos animais e ele mostra essa sua faceta defendendo incrivelmente o não extermínio dos ratos no restaurante de D. Florinda. Peter Singer não chega tão longe e de certa forma seu livro é criticado por defensores dos animais justamente por ser muito brando. Na verdade o seu livro libertação animal foi lançado em 1975 e seria o começo do pensar nos direitos dos animais. Essa é a questão que Singer coloca a respeito dos animais, uma reflexão ética que envolve se perguntar pelos direitos dos animais.
Apesar das criticas que sofreu Singer também critica as ações de grupos protetores dos animais muito mais voltadas para causas que possuem maior apoio popular e incentivo político , como por exemplo o resgate de cães abandonados. Inclusive o assunto é extremamente atual, não só no caso do resgate de cães mas também pelo recente filme planeta dos macacos, isso porque Singer discute o que ele chama de especismo, que seria um subjugar de seres vivos baseado no fato de serem de determinada espécie. A partir daí a questão ética colocada é justamente pensar se o ser humano infligir sofrimento a um ser de outra espécie seria ético. Há vários argumentos no sentido de se perguntar sobre qual seria a necessidade disso. Há necessidade de proporcionar sofrimento a outro ser vivo? 
Há toda uma argumentação, exemplos na própria filosofia de filósofos que defendiam que os animais não sofriam (Descartes) ou que diziam que eles eram simples meios para um fim (Kant) , há uma historiografia que analisa desde a era pré cristã , passando pelo iluminismo - onde dada uma questão anti clerical a questão dos animais foi mais levada em consideração.
Mais do que o simples apontar de dedos a quem come ou não carne o exercício ético mais importante para Singer seria pensar no porquê de comermos os animais. Singer não pensa tanto na morte dos animais (ponto de desacordo com os ativistas pelos animais). Segundo ele, avanços surgiram em várias direções da vida humana, mas será que não seria necessário avançar eticamente pensando na questão da vida dos animais? 
É fato que o ser humano come carne mais pelo paladar, ao custo do sofrer de um animal em um processo de sofrimento que vai desde sua criação. Da mesma forma há o argumento que o ser humano se beneficiaria e evitaria seu próprio sofrimento revendo a forma de tratar os animais , pois na perspectiva do agronegócio a produção de animais envolve o consumo de muitos grãos, grãos estes que alimentariam muitississississímas pessoas. Isso sem contar com os danos ambientais que a pecuária proporciona (!)
Por fim mais do que se revoltar com proibições de cachorros em vizinhanças, a questão é que antes de tudo muitos animais estão proibidos de uma existência livre, tendo sua existência condicionada e controlada por uma outra espécie.  .

Links
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer
http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2013/08/as-ideias-de-peter-singer-sobre-a-libertacao-animal-4245784.html

ps - Em tempo, a famigerada piada de que a planta "sofre" mais, porque ao contrário do animal que pode fugir do abate ela fica lá parada sem reagir, pode estar correta. Daí se poderia pensar no direito das plantas, inclusive no manejo de agrotóxicos. http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/a-inteligencia-das-plantas-revelada



pstu - faltam apenas 3 artigos para "fechar" o livro e entrega-lo a revisão, os detalhes sempre são demorados mas creio que o ebook sairá em breve, obrigado a todos que divulgam e apreciam o blog, Chaves, e a filosofia, não necessariamente nessa ordem ou nessa mesma ordem, enfim, obrigado. 

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