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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"O ser do Cente"

" O nada nadifica" (Heidegger)


Pois sim, antes do ebook sair vamos continuar com as postagens, embora elas continuarão depois do ebook (!) até segundas ordens. Pra isso convoco e conjuro um complexo conceito filosófico de um filósofo relativamente atual: Heidegger. Pode parecer estranho falar em "conjurar" (e de fato o é), mas para quem já leu ou lê Heidegger faz todo sentido, dado o seu estilo de escrever cheio de conceitos, linguagem, palavras-conceitos,termos gregos etc. Enfim...bem ou mal é um filósofo voltado a universidade e estudado seriamente pela academia em geral. Eu pretendo (com toda cara de pau do mundo) traze-lo para o exterior dos muros de faculdades, fazendo o de sempre- uma relação com Chaves e a filosofia- parodiando o conceito de "ser do ente" em Heidegger com o famoso "Cente" chavístico, a parodia como puderam ver no título ficou: "ser do Cente". 
Vamos ao conceito de ente de Heidegger. Ente é derivado do grego e é o particípio do ser, seria o que exerce o ser, uma substantivação do ser, aquilo que é. Teria por exemplo a mesma relação do verbo andar-andante. 
Agora para a questão do ser e do "ser do ente", mostro uma explicação com bastante filosofês na linguagem para sentir-se um pouco do drama do aluno de filosofia ao ser exposto a essa linguagem praticamente própria de Heidegger
"O Ser do ente é aquilo que se põe, que se manifesta no encobrimento e no desencobrimento do Ser. O Ser está para além do Ser do ente; nós só vemos o Ser do ente. Heidegger critica toda a filosofia ocidental desde Platão dizendo que essas filosofias metafísicas só se perguntaram sobre o Ser do ente, e nunca sobre o Ser. Sendo matéria de interrogação somente o ser-aí-no-mundo (daisein) e nunca o Ser enquanto É. O É é o são. O São do Ser que É enquanto existe. Para Heidegger o único ser que existe é o homem, e o resto são Ser do ente. As filosofias cristãs diziam buscar o Ser, mas apelavam para Deus. Deus era identificado com o Ser como um atalho, uma saída, mas na verdade se continuava somente na interrogação pelo Ser do ente enquanto sendo e não pelo Ser enquanto É. Heidegger via a necessidade de retomar os pré-socráticos, e ele se põe a pergunta de como seria possível fugir do pensar tradicional e voltar a pensar o Ser enquanto questionamento."
Se você não entendeu na-da está no caminho certo porque uma interpretação possível do que é o ser em Heidegger é exatamente isso: na-da (!) , não tem significado, não sabemos o seu significado. Ao mesmo tempo se analisarmos quem é "Cente" chegamos a mesma conclusão, não sabemos ao certo se é alguém que existiu, que foi inventado ,ou mesmo se foi alguém que existiu mas que foi inventado para se adequar a situação do momento. Não existe resposta certa.
As vezes em filosofia o que vale é o caminho em que é feito o pensamento e o caminho que o pensar percorre de maneira geral. Por mais abstrato que se pareça, o caminho do pensamento pode ser dos mais instigantes e as vezes não tão simples. Muitas vezes com a linguagem dizemos o que não pensamos, essa é uma bela questão Heideggeriana.  

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